"Foi anunciada na manhã desta segunda-feira a morte do Diário da Tarde, que por quase 80 anos esteve no primeiro lugar em vendas avulsas. O resultado foi a demissão de 48 profissionais jornalistas, diagramadores e ilustradores.
O processo de estrangulamento teve início quando a direção dos Diários Associados resolveu fechar o departamento comercial do jornal e uni-lo ao Estado de Minas. Posteriormente a circulação foi reduzida e o jornal deixou de circular no interior, apesar dos constantes apelos de donos de banca. O jornal passou a chegar mais tarde nas bancas da capital e o tiro final mortal foi dado junto com a reforma gráfica e editorial em conjunto com o "Aqui", tablóide de leads e fotografias. A crueldade como foi conduzido o fim do Diário da Tarde impressionou até mesmo aos mais pessimistas. Um pânico generalizado ocupou o vazio deixado pela falta de informação por parte da empresa, cujos dirigentes, até o momento final negaram o fim da existência do DT..." Como não registrar o sepultamento de um dos mais antigos e importantes jornais de Minas. Das grandes empresas de comunicação, àquelas que dominam o meio e as idéias, a gente não pode esperar muito mais do que o tem sido realizado. Curvadas ao mercado, ao capital, ao lucro, o idealismo foi sendo posto de lado, e restam aos jornalistas que ainda acham que podem emprestar olhos mais críticos ao cidadão comum, a esperança de outras formas de comunicação. Aqui estou, mais que indignada, preocupada, mais que inerte, procurando soluções, e encontrando neste meio um novo caminho para a livre expressão de idéias.
Um silêncio tomou conta e aos poucos, da indignação à dúvida, a gente começa a pensar "e qual será o nosso futuro"?